sexta-feira, 30 de outubro de 2009

DOR E DESESPERO.

Esses último dias, fiquei pensando n as duas famílias afetadas tragicamente pela droga, no Rio de Janeiro.

A história tão divulgada do rapaz que, drogado, matou a namorada, uma jovem de dezoito anos, que estava tentando livra-lo da mesma.
Fiquei imaginando o sofrimento daquele pai, que veio à publico e pediu perdão à familia da jovem morta.

Cheguei a ouvir, a expressão: "Agora é fácil, pedir perdão".
E digo: Não, não é fácil pedir perdão.

Apesar de toda a dor desse pai e desa mãe, que perdeu para sempre sua filha, ainda tão jovem.

Digo, e repito sempre: Nenhum pai, nenhuma mãe, merece o sofrimento de enterrar um filho, principalmente, quando a vida do mesmo lhe é roubada por alguém.

Mas e o pai e a mãe do rapaz? Será que não sofrem?
Eles também perderam seu filho, perderam para as drogas, que veio, e tirou o sossego, e deixou no lugar, apenas o desespero.

Não dá para medir sentimentos, mas na minha opinião, eles estão perdendo muito mais. Perderam a paz de espírito, ao pensar no filho, numa cela de cadeia.
O mesmo filho que criaram e amaram, e amam, está agora lá, à mercê de toda a dor e sofrimento, sem que eles possam protege-lo.
Entre bandidos, pessoas de má índole, pagando por algo, que lhes fugiu totalmente ao controle.

E eu, ainda me pergunto: Até onde, a maldita droga fará vítimas?
Até onde, viver, e enfrentar a modernidade, não nos faz vítimas de nosso próprio viver?

Olhem para seus pequenos, o maior amor de nossas vidas, e, se confiar em Deus, entregue sua vida e seu destino ao Pai.
E, que ele não se canse de nós. Do contrário, estaremos definitivamente perdidos.
Sou solidária à dor desses pais.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A VIDA, NUA E CRUA.

Um texto.
Muito bom, na minha opinião.
Para que já conhece, lembrar.
Para que não conhece, poder conhecer.

O terreiro árido, povoado apenas de terra rachada e espinhos de joá reflete o sol inclemente da manhã. Dentro do barraco de taipa de pilão as crianças brincam no chão de terra. O suor desce pelo rosto e só as moscas teimosas sentem-se confortáveis.

O rincão do norte da Bahia, quase Piauí já tem o nome de Boca do Joá. A fazenda largada pela família do Coronel Justiniano há muito tempo, hoje é habitada apenas pela família do Zé de Enoque. Sertanejo sofrido, rosto marcado, secas sem conta já atravessou. Mulher morrida e dez filhos prá criar.

Maria Justina a mais velha, onze anos. Abaixo dela, uma escadinha. A caçula de ano e meio. Triste vida. Seca. Miséria e fome. Um rádio distante toca uma música de Luis Gonzaga. Deve ser o rádio do carro de Zé Simão. Outro som, por ali não há.

Maria Justa, que é como o pai lhe chama sai no terreiro prá ver de onde vem o som. Um carro velho parado lá distante na entrada da porteira quebrada mostra quem chega. É Zé Simão sim, aquele velho nojento.

A menina apanha uma lata com água suja do barreiro e corre prá dentro. Esconde-se no canto. Não gosta daquele homem. Da última vez que veio ficou bolinando seus peitos. Doeu muito e ele não parava de espremer entre os dedos o bico miúdo. E os olhos, então? E o calor que lhe subiu pelas pernas e foi parar na boca do estômago vazio?.Vazio de fome, de saudades da mãe que se foi há pouco tempo. Ela chorou muito nesse dia. Não entendeu direito a conversa do pai com o Zé Simão. Entendeu só que o vizinho dizia pro pai por preço que outro dia voltava. Não teve coragem de perguntar ao pai do que se tratava. Não entrava em conversa de adulto. Ficou sem saber.

Agora aquele homem nojento estava ali de volta. Ela não sabe o que é, mas sente medo e um negócio estranho quando vê ele se aproximando da entrada da casa. Umas galinhas magricelas correm pelo chão quente e vão se abrigar dentro da casa denunciando a menina que se encolhia acantoada.

--ô de casa? Pergunta o vozeirão do homem que fede a bode na porta

Maria Justa fica quietinha como a querer dizer que não tem ninguém em casa. Mas os irmãos pequenos doidos por novidades correm à porta e já se amontoam junto às pernas do homem que tampa toda a passagem com seu corpo.

Seus olhos assustados de bugre fugidio encontra os do homem ali à frente.

--Não escutou chamar, não sua bugrinha fedorenta? É o homem que fede a bode falando prá ela enquanto corre os olhos pela casa inquiridor.

--Onde está o pai? Volta a perguntar.

A menina assustada se cala, quer correr, quer gritar. Nenhum som sai de sua boca. Travada. Seca.

--Diacho de bugrinha abestada, resmunga o Fedido.

Texto de VALTER FERRAZ




segunda-feira, 19 de outubro de 2009

INESPERADO, MAS BEM APROVEITADO.


Tive que viajar na última semana, por motivo de doença do meu irmão.
A viagem nõ foi planejada, até foi muito inesperada, mas deixei o doente com sua saúde sob controle, e aproveitei para rever meus familiares, que são muitos, e aproveitei do que mais gosto. A natureza.

Nesta foto acima, estamos os cinco dos oito irmão vivos.
Em ordem cronológica decrescente, da esquerda para a direita.
O segundo é meu irmão Joaquim, que infartou nos últimos dias. Está ainda bem fraquinho e abatido, mas sob controle.




Esta foto, de uma nascente num pequeno sítio do meu sobrinho, onde estive e me divertí muito.





Aqui, um fogão improvisado, uma vez que ainda não foi feito o fogão definitivo, e na hora de fazer o jantar, acabou o gás. Nem por isso ficamos sem jantar.
Nas panelas ali, estavam o feijão e a polenta, que foi o prato servido com frango.





Aqui, o frango. Caipira e delicioso.





E, claro, tinha que aproveitar as mangas que adoro, e que começam a amadurecer.
E o mais gostoso da manga, é assim, se sujando, e aproveitando toda sua polpa.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

MAIS UM ANIVERSÁRIO!



Agradecendo o carinho e preocupação dos amigos, que têm perguntado sobre meu sumiço.
Estou chegando.
Fiz uma pequena viagem, e cheguei ontem.

Um dos meus irmãos, que mora no interior de São Paulo, sofreu um infarto, mas agora já está melhor.
Passei por lá uma semana, e aproveitei para ver toda a minha família.
Trouxe algumas fotos que mostro na próxima semana.

Hoje, quero apenas desejar ao meu filho Tiago, um feliz aniversário.
Ele que faz aniversário no dia de Santa Edwvirges, e que tem a proteção constante de Deus.
Filho querido, que você continue sendo abençoado por Deus, e com isso sendo essa pessoa iluminada e generosa que sempre foi.
Amamos você.
Receba o nosso beijo.
Meu, do pai, do Pablo, Mila e Alessandro, Érick, e claro, da Mari.

domingo, 4 de outubro de 2009

PREÇO ALTO DEMAIS.

Logo após a notícia, era inevitável não pensar no que tem sido a sua vida.
Verdade. Tem sido bastante sofrida.

Casou-se cedo.
Ela sempre dizia: Casou ainda menino.
Logo após, vieram os meninos. Quatro.JustificarUma escadinha.

Foram anos de luta pela sobrevivência, para encher a barriga dos meninos. Nem sempre coneguiram.
A mulher, levou os meninos desde muito cedo para a roça. Precisavam aprender a trabalhar, para o seu próprio bem.
E como os meninos trabalharam!
Mas ela fez deles, homens de bem. Pra falar bem a verdade, grandes homens. Não enriqueceram, mas venceram.

Hoje estão tranquilos com suas famílias, sem as preocupações e sofrimentos que tiveram quando crianças.
Você viajando pelo mundo. Precisava trabalhar.

Como a vida é feita de escolhas, lá fora, fez a sua.
Os meninos quando descobriram, uma outra família sua, sentiram raiva. Um sentimento de dor e traição, que ninguém gosta de sentir.

No início, todos lhe viraram as costas.
Menos ela.

Apesar de reconhecer que você tinha errado, era mãe, e jamais lhe daria as costas.
Lembra quando ela nos dizia: "A família é o maior tesouro que temos", cuide da sua, ame a sua, respeite a sua?
Ela nos dizia isso sempre.

Aos poucos toda a raiva dos meninos deram lugar, à apenas uma decepção, uma grande mágoa, que não os impediu de querer lhe ajudar, de dar à você, aquele conforto sonhado, que agora já com quase setenta anos, merecia ter.

Já com idade avançada, precisava continuar trabalhando, a aposentadoria era tão pouco!
E a sua nova família, grande. Junto à mulher, vieram seus dois filhos e todos os agregados dela, e todos dependiam de você.

Lembre-se que a escolha foi sua.
E para toda escolha, há um preço a pagar.
Já não sei se sua escolha te fez feliz algum dia, ou se apenas assumiu suas responsabilidades.

O que sei hoje, é que estando aí agora num CTI, apesar de toda dor, seus filhos, os meninos, os quatro, mais todos os seus netos estão ao seu lado, cuidando de você, amando e sofrendo pela perspectiva da perda.
Exatamente como ela nos dizia. A família é o seu alicerce.
Que pena!
Sei que eles gostariam que fosse diferente.
E o que sei também, é que pensar na sua vida, aqui tão longe, no que já sofreu, me machuca também.


Mudando de assunto:

Você está gordinha?
Veja essa matéria aqui.