A tristeza e a melancolia é apenas o outro lado da moeda, da alegria e felicidade.
O Zé era um cara sonhador, enquanto trabalhava, vivia, sonhava... Tinha tantos sonhos!
Conheceu Zenilda, uma moça simples, dedicada e muito lutadora.
Não era uma moça feia, mas não tinha a beleza das mulheres que povoavam os sonhos do Zé.
Com Zé, ela havia sonhado sempre.
Casaram-se.
Tiveram dois filhos, e a vida seguia. Aparentemente normal, apenas aparentemente.
Depois de alguns anos de casados, para Zenilda, o seu príncipe havia virado sapo.
Amava tanto aquele homem com quem se casara, continuava amando. Mas ele parecia que não sentia mais a mesma coisa. Sua vida era sonhar com o que não tinha. Pior, não se fazia de rogado, quando o assunto eram as mulheres.
Se estava com os amigos, só fazia elogiar as mulheres, se estavam na rua, ela logo percebia seus olhos gulosos em cima de qualquer mulher.
Não tinha a menor sensibilidade, na televisão elogiava todas. Tinha sempre uma revista onde podia se deliciar com fotos de mulheres nuas, sem se importar com a dor e a tristeza que isso provocava nela.
A dor e a vergonha de se sentir preterida diante dos amigos, foi ficando guardada. Sofria calada, chorava sózinha e escondida. Até o sexo entre os dois que era tão bom, foi ficando morno, ela tinha a certeza que toda vez que ele a procurava, era com qualquer outra que ele fazia amor. Tinha certeza que ele não a desejava. Afinal ela não tinha a bunda que ele tanto elogiava, nem os seios fartos que ele dizia aos amigos o tiravam do sério. Era uma pessoa comum. Não era feia, mas não chegava aos pés das mulheres que Zé sonhava e vivia elogiando.
Ele só sonhava, não era homem de atitude.
Mas ela sim, estava cansada de viver acreditando que era o que sobrou. Que ela só estava ali, porque ele não tinha e não podia ter o que sonhava.
Iria cuidar de sua vida e criar seus filhos. Lá fora deveria ter algum Tião, João, enfim.. alguém que lhe desse o devido valor. E, se não tivesse também, não teria a menor importância, se bastaria, viveria para os filhos.
Assim fez, foi-se.
Trabalhou duro, sózinha, criou os filhos.
Hoje os filhos estão casados.
Ela conseguiu encontrar um Mané, que cuida dela, que lhe dá o carinho que sempre desejou. Queria tão pouco.
Estão juntos há dez anos.
O Zé?
Depois que ela o abandonou, se entregou a bebida. Nunca conseguiu o que sonhou, as mulheres lindas só fizeram parte dos seus sonhos. Morreu de cirrose hepática há uns dois anos.
Zenilda vai muito bem, e não tem nenhum remorso.
Aqui no blog dele tem os dados para aquisição do seu exemplar.
O Marcos é um blogueiro amigo, que na ocasião do lançamento do livro do bem, ele deu muita força. Comprou o livro, e fez uma resenha emocionante.
Somos gratos, e no que pudermos vamos dar a maior força. Vamos lá
Queridos, não deixei claro, não expliquei direito.
Quando disse que ela encontrou um "Mané", não foi no sentido pejorativo. Poderia ser um João, um Joaquim, mas não, foi um "Manoel"