
Ontem à noite, sentados na varanda, eu e o Bem, estava me lembrando das coisas de minha infância.
Isto veio por conta de algumas crianças, brincando na rua. Contei umas doze crianças.
Aqui, as crianças ainda brincam na rua, até que as mães, os chamem para se recolherem.
faziam uma tremenda algazarra, em busca de vagalumes, que os rodeavam, emitindo sua luz, através de um pisca, que encanta.
Muitas crianças, não conhecem vagalumes.
O meu neto é uma dessas crianças. Apenas uma vez, lá na praia, mostrei um vagalume à ele, e curioso não sabia o que era. E mais, teve medo.
Muitas, e muitas vezes fiz o que essas crianças estavam fazendo ontem. Passávamos horas correndo atrás dos vagalumes, e ao apanha-los, passávamos a parte do corpo deles, que emitiam a luz, em nossas roupas.
Ali ficava por alguns segundos, o colorido fosforescente, que eles têm em seu corpo. Era a glória!
E cantávamos: "Vagalume tem tem, sua mãe tá aqui. e seu pai também".
Era para atraí-los. Acreditávamos nisso.
O sapo, um grande predador dos vagalumes, com eles, fazíamos nossas malvadezas.
Queríamos vingar o vagalume.
O sapo fica à espreita, esperando que o vagalume voe baixo, ou mesmo que pare, para o seu descanso, para que seja devorado por eles.
Nós, sabendo disso, quando víamos um sapo à espera do vagalume, o que fazíamos?
No fogão à lenha, sempre tinha uma brasinha acesa.
Com qualquer objeto, que nos impedisse de queimar a mão, recolhíamos uma brasinha acesa, e atirávamos para o sapo, que gulosamente, abocanhava e engolia a brasa.
Pronto!
Ríamos, o vagalume estava vingado.
Coisas de criança.
Não conhecíamos a violência. Não conhecíamos uma arma de fogo.
Acabei de ver a notícia da morte de um menino de nove anos, na sala de aula, por disparo de arma de fogo.
Esses não sabem, não conhecem o lado criança. Que criança tem que ser criança.
Por que uma arma na mão de uma criança?