sexta-feira, 20 de junho de 2008

CUIDADO! A FILA ANDA.

Ando meio sem tempo para escrever e principalmente pensar o quê escrever.

Como tenho escritor em casa, pedí ao bem que fizesse este conto prá mim. E presenteio vocês.

Ela passa prá lá e prá cá. Dá uma olhada em quem está alí pela rua. Vai e volta. Finge interesse nisso ou naquilo, se abaixa, apanha um graveto qualquer e continua.

É manjado o seu jeito de bisbilhotar. Sabe de tudo o que acontece na rua e no bairro. Não perde nada e de tudo sabe um pouco. Às vezes, sabe demais até.

Foi apelidada pela Margareth a do 520 como A Cú de reboque. Uma pequena maldade com a vizinha bisbilhoteira. Margareth, ela também uma fofoqueira das maiores. Sabe da vida particular de todos. Não se compra uma geladeira nova impunemente nas redondezas. Ela sabe dizer a cor, tamanho e modelo. Da vida sexual dos vizinhos, inclusive.

E é claro que a performance da Jerusa não iria passar em branco. Sua predileção por pedreiros e serventes da redondeza, rendeu-lhe o apelido. É lógico que ninguém a chama assim. É Jerusa prá lá, meu bem prá cá, que ninguém quer arrumar confusão. Inda mais agora que o Barba passou a lhe esquentar o pé nas noites frias. Ele estava separado da mulher mesmo, a Jerusa por alí dando mole. Não deu outra. Uma tarde em que ela usou o pretexto de ir tratar do cachorrinho lá na casa onde o Barba morava de favor, rolou.

Começaram uma conversa sem laço e nem fiapo, o Barba se achegou e não teve muito trabalho. Foi alí mesmo entre as ferramentas e alguns sacos de cimento. Uma trepada rápida, firme e segura. Como ela gostava.

Saíram disfarçando minutos depois. Logo estavam de caso e daí a morarem juntos foi um pulo.

Já vai prá mais de dois anos. Parecem um casal feliz. Ele dá o que ela gosta, ela não se faz de rogada.

A vizinha mal casada morre de inveja. As mal amadas falam da Jerusa. Algumas inclusive, lhe colocam apelidos jocosos. Ela nem liga.

Continua em seu vai-e-vém costumeiro. Se pintar um pedreiro novo na área, não dispensa. Dá logo um jeitinho de entabular uma conversa.

Vai que o Barba enjôa?

Texto de Valter Ferraz.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que bom ler NOVAMENTE um texto do Valter!
Agora, Aninha, manda ele tomar juizo e voltar a blogar como antigamente.

Bom fim de semana,

Bjs