domingo, 31 de agosto de 2008

A OUTRA FACE.

A primavera começa a dar os seus primeiros sinais. Esta é a primeira orquídea do ano, que nos presenteia com sua beleza. Estão todas com botões.


A tristeza e a melancolia é apenas o outro lado da moeda, da alegria e felicidade.

O Zé era um cara sonhador, enquanto trabalhava, vivia, sonhava... Tinha tantos sonhos!
Conheceu Zenilda, uma moça simples, dedicada e muito lutadora.
Não era uma moça feia, mas não tinha a beleza das mulheres que povoavam os sonhos do Zé.
Com Zé, ela havia sonhado sempre.
Casaram-se.
Tiveram dois filhos, e a vida seguia. Aparentemente normal, apenas aparentemente.
Depois de alguns anos de casados, para Zenilda, o seu príncipe havia virado sapo.
Amava tanto aquele homem com quem se casara, continuava amando. Mas ele parecia que não sentia mais a mesma coisa. Sua vida era sonhar com o que não tinha. Pior, não se fazia de rogado, quando o assunto eram as mulheres.
Se estava com os amigos, só fazia elogiar as mulheres, se estavam na rua, ela logo percebia seus olhos gulosos em cima de qualquer mulher.
Não tinha a menor sensibilidade, na televisão elogiava todas. Tinha sempre uma revista onde podia se deliciar com fotos de mulheres nuas, sem se importar com a dor e a tristeza que isso provocava nela.
A dor e a vergonha de se sentir preterida diante dos amigos, foi ficando guardada. Sofria calada, chorava sózinha e escondida. Até o sexo entre os dois que era tão bom, foi ficando morno, ela tinha a certeza que toda vez que ele a procurava, era com qualquer outra que ele fazia amor. Tinha certeza que ele não a desejava. Afinal ela não tinha a bunda que ele tanto elogiava, nem os seios fartos que ele dizia aos amigos o tiravam do sério. Era uma pessoa comum. Não era feia, mas não chegava aos pés das mulheres que Zé sonhava e vivia elogiando.
Ele só sonhava, não era homem de atitude.
Mas ela sim, estava cansada de viver acreditando que era o que sobrou. Que ela só estava ali, porque ele não tinha e não podia ter o que sonhava.
Iria cuidar de sua vida e criar seus filhos. Lá fora deveria ter algum Tião, João, enfim.. alguém que lhe desse o devido valor. E, se não tivesse também, não teria a menor importância, se bastaria, viveria para os filhos.
Assim fez, foi-se.
Trabalhou duro, sózinha, criou os filhos.
Hoje os filhos estão casados.
Ela conseguiu encontrar um Mané, que cuida dela, que lhe dá o carinho que sempre desejou. Queria tão pouco.
Estão juntos há dez anos.
O Zé?
Depois que ela o abandonou, se entregou a bebida. Nunca conseguiu o que sonhou, as mulheres lindas só fizeram parte dos seus sonhos. Morreu de cirrose hepática há uns dois anos.
Zenilda vai muito bem, e não tem nenhum remorso.


Temos novidades na área. O amigo Marcos Pontes, acaba de lançar mais um livro.
Aqui no blog dele tem os dados para aquisição do seu exemplar.
O Marcos é um blogueiro amigo, que na ocasião do lançamento do livro do bem, ele deu muita força. Comprou o livro, e fez uma resenha emocionante.
Somos gratos, e no que pudermos vamos dar a maior força. Vamos

Queridos, não deixei claro, não expliquei direito.
Quando disse que ela encontrou um "Mané", não foi no sentido pejorativo. Poderia ser um João, um Joaquim, mas não, foi um "Manoel"

26 comentários:

Anônimo disse...

É vida bem vivida.Só não entendi porque tratou o segundo com menoscabo, " Encontrou um Mané".

Maria Augusta disse...

Aninha, que beleza de orquídea, aqui estamos nos despedindo do verão, é sempre chato porque os dias encurtam. Que belo conto, a Zenilda fez muito bem, não tinha que ficar agüentando pouco caso.
Desejo muito sucesso para o Marcos Pontes, vou lá para saber mais sobre seu livro.
Um bejão e uma boa semana para você.

Marcos Pontes disse...

Obrigado pela força, "prima". muito bom saber que tem alguém torcendo pela gente.

Aninha Pontes disse...

Magui:
Não deixei claro, mas não foi pouco caso.
Na verdade o marido da Zenilda se chama Mané, creio que Manoel, mas é assim que ela o chama, é assim que o conhecemos. Seu Mané.
Um beijo.

Maria Augusta:
Aqui elas estão todas cheias de botão. Lindas. Esses dias deve abrir a chuva de ouro.
A Zenilda diz que sofreu, mas deu a volta por cima. Está bem, embora ainda guarde muitas mágoas.
Sorte ao Marcos.

Marcos:
Não poderia ser diferente, desejo de verdade que tenha sucesso.
Fiquei bastante sensibilizada quando você deu a maior força ao Valter. Foi muito legal, muito generoso de sua parte.
Reforço: boa sorte.
Um beijo.

Luci Lacey disse...

Aninha

Mulher com amor proprio e coragem.

A vida e curta, nao precisamos nos submeter ao descaso do companheiro que nem nos ama mais.

Peguei carona no comentario que vc fez para a Magui, tambem nao tinha entendido bem.

Beijinhos, querida Aninha e tenha uma boa semana, junto de seu Bem.

Anônimo disse...

Q historia mais realista, infelizmente. Tenho novis no meu blog. Qdo puder, passa lah. Bjs e fique com Deus. Boa semana.

Anônimo disse...

Que linda orquídea.

Zenilda, mulher brasileira.
Pois é...

lindo dia Anninhamadinha.
Carinho pra essa familia que amo

beijos

Anônimo disse...

Dona Aninha faz muito bem escrevendo contos/crônicas. Adorei, viu?
Uma história tão cheia de verdade, acontecendo ali, lá e acolá.

Beijos e ótima semana, queridinha do meu coração.

Yvonne disse...

Aninha, histórias como essa, eu conheço duas e em ambas os homens se deram mal. Felizmente Zenilda teve coragem de fazer algo que poucas mulheres conseguem: dar um chute na bunda em gente que não merece.
Beijocas para você, sua família e suas orquídeas.

Sonia H. disse...

Que linda orquídea, Aninha!

Boa semana!

Beijos,

Anônimo disse...

Eu ri de você, explicando o Mané...rs
Sua orquídea é linda! Mas, eu agora posso falar de alguma coisa que tenho igual a você? Aninha! As minhas orquídeas também estão abertas e lindésimas! Elas estão amarradas em um árvore. E a árvore(laranjeira...rs) está toda orgulhosa!
Amei a Zenilda tomar "uma atitude" digna de quem não gosta de ser humilhada. Gosto de mulher decidida e forte.
Uma semana bem proveitosa e cheia de sol para você(mas, se chover, também será boa...).
Beijos!
Dora

Tina disse...

Oi Aninha!

Menina, parabéns! Que orquídea linda!

E essa cidade está cheia de Zenildas,Zés e Manés - tenha certeza.
É a vida, é da vida.

Obrigada pelo carinho no post do niver, me deixou feliz.

beijos querida e ótima semana,

mundo azul disse...

Sua história ilustra muito bem, o problema das pessoas que estão sempre atrás de alguma coisa e não vêem o que está ao seu lado, não valorizam...

Fiquei contente por ela ter encontrado alguém com o qual foi feliz!!!

A orquídea é linda! Gosto tanto de orquídeas, mas, não tenho muita sorte ao cultivá-las...


Beijos de luz e o meu carinho!!!

Anônimo disse...

Amore, a Zenilda é a Zenilda que conheci?
BRAVA!
Mulher de fibra!

Bjs

Anônimo disse...

Adoro estas suas historias,Ana.

Beijos e otima semana!

Anônimo disse...

Amiga,
Gostei da história da Zenilda, ela fez o que muitas deveriam fazer e não tem coragem..
bs,

Anônimo disse...

Pois é... mas aqui na serra o inverno mandou avisar que ainda está mandando: desde domingo que temos tido madrugadas com 4 e 5 graus... Hoje melhorou um pouco: são 23:50 e lá fora está nove graus. Mas pelo menos não está ventando!
A Zenilda fez bem. O Zé ia acabar desse jeito mesmo, com ou sem a Zenilda.
Um beijão

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Aninha linda a sua orquidea. Eu tenho uma amarela e minha sogra tem muitas, mas elas dao trabalho em países frios como aqui.

Adorei o conto e se mais mulheres fizessem assim, os homens aprenderiam a nos respeitar melhor.

Vc viu que na contra capa atrás tem a traducao? Vc a achou?

Grande beijo

marilia disse...

Aninha...
Que saudades de falar nesse seu cantinho...
E a surpresa de ler um texto muito bacana, e de ver sua foto, cabelo diferente, cara de mulher decidida, coisa que vc sempre foi nessa aparencia de fragilidade que a sua doçura as vezes passa...
E estou encantada com as novidades que tenho lido nos blogs amigos que voltei a visitar depois da minha quarentena! Quanta gente boa lançando livro! e que sucesso...
Amiga, tenha um bom dia, e adorei o Mané...rsss
bjos

Anônimo disse...

Ih, agora abriu. Comentei no outro lado, no "comente aqui". Vixe,nao entendo esses blogs mesmo!
Beijos,
Cam

Anônimo disse...

E quantos "Zés" andam por aí enquanto suas esposas-escravas vão se sentindo menos que um trapo velho. Mas, também, quantos deles encontram o amargo fim solitário, quando suas esposas descobrem que não são trapo, apenas dedicaram-se demais pelo homem errado.

meus instantes e momentos disse...

desculpe estar invadindo teu blog, mas vim conhecer.
Muito bom.
Tenha uma bela tarde.
maurizio

Celia disse...

Que orquidea mais linda. Eu adoro. Tenho em casa 6, e as trato com um carinho especial, pois elas sao realmente especiais.
Que estoria bonita. Existem muitos casos semelhantes pela vida.
Bj

Aninha Pontes disse...

Luci querida:
Está certíssima, temos que deixar o nosso amor próprio falar mais alto.
Ninguém precisa viver humilhada.
Beijos

Naná:
Não deixou seu link.
Obrigada pela visita.

Márcinha:
Zenilda é mulher que merece respeito, porque se respeita.
Beijos linda.

Patty minha menina:
As vezes conto aqui histórias que ouço, gosto disso, principalmente quando a história mostra uma mulher de fibra.
Beijos linda.

Yvone:
Verdade meu bem, a Zenilda não queria continuar vivendo com um homem que só valorizava o que não tinha. Deu o fora.
Beijos.

Sonia:
Obrigada.
As outras estão abrindo também todas com botões.
Um beijo

Dora querida:
Verdade, me expressei mal, esse "Mané" na verdade é Manoel.
Querida, as minhas orquídeas também estão num tronco, só que está todo podre, mesmo assim elas estão sorrindo.
Beijinhos.

Tina querida:
Todos os dias nos deparamos com histórias assim, mas me enche de orgulho, quando encontro alguém que tem coragem de dizer basta.
Um beijo.

Zélia:
Obrigada pela sua visita.
Já fui lá conhecer seu canto, lindo e gostoso.
A Zenilda se saiu bem mesmo, está feliz.
Um beijo.

Meiroca:
Que bom te ver por aqui.
É sim meu bem, a Zenilda é a mesma que vc conheceu, você e a Vitória a conhecem.
Beijos.

DO querido:
E é verdadeira viu? Daquelas que eu conheço e conto aqui.
Um beijo.

Francy:
É verdade. Muitas mulheres sofrem caladas, e não tem coragem de tomar uma atitude.;
Um beijo amiga.

Cejúnior querido:
Aqui hoje quando estou te respondendo, estamos com um calor de verão. Delicioso.
Pois é, o Zé bobeou, e dançou.
Um beijo.

Ge meu bem:
Eu quero muito uma orquídea amarela, tenho paixão por elas.
A Zenilda conta a história dela, e tem orgulho do que fez. E está feliz hoje.
Linda vi sim, vou até mostrar no post de hoje.
Beijos.

Marília:
Bom te receber aqui.
Você tem muita coisa boa para ver. Tenho amigas novas que vc vai gostar de conhecer. Gente finíssima.
O Mané é gente boa, nós aqui gostamos dele.
Queremos te ver firme e forte.
Beijos.

Camille:
Já vi lá querida.
Beijinhos.

Mario meu querido:
É isso mesmo, fico feliz quando vejo uma mulher abrindo os olhos e tomando atitude.
Ninguém precisa sofrer humilhação, o amor é tão lindo, quando baseado no respeito.
Nenhum ser humano quer ser desrespeitado.
Se não for assim, melhor parar e recomeçar.
Beijos.

Maurízio:
Obrigada pela visita.
Seja bem vindo, apareça quando quiser.
Um abraço.

Célia querida.
Eu também amo as minhas orquídeas. Nos próximos dias teremos mais flores de diferentes cores e tamanhos.
A Zenilda é minha amiga, e gostei de contar a história dela.
Um beijo.

Anônimo disse...

Ana, tenho saído da cidade mais vezes, por isso minha ausência. Há quem me empreste o lap top, mas prefiro a "velha máquina" menos portátil... Gostei do post.
Beijo. Ótimo fim de semana para vocês.

Aninha Pontes disse...

Adelino meu amigo:
Está passeador heim?
Isso é bom, sair da toca, nos faz rejuvenescer.
Ainda estamos esperando sua visita por aqui.
Um beijo.