segunda-feira, 18 de agosto de 2008

BOAS LEMBRANÇAS!

Muitas vezes não há como não viajar ao passado, e encontrar lá, bem guardadinhas, em caixinhas especiais boAs e gostosas lembranças de nossa infância, do que vivemos.
Esses dias, lendo um post do Adelino, sobre a água, não teve como não fazer esse caminho de volta.
Ontem também, fui fazer uma prova para um concurso, e, diante de uma situação assim, não muito comum, fora da rotina, fiquei ali pensando em tudo que minha mãe falava.
Quando acontecia situações assim, em que pensava, como será? Será que vou conseguir? Terei clareza suficiente?
Caso ela estivesse comigo, já diria: Confia em Deus, e não sofra antes da hora.
Se você merecer, vai conseguir. Afinal, nem mesmo uma folha cai, sem que seja da vontade Dele.
Minha mãe nos ensinou tanto... Foi minha primeira mestra.
Me lembro que trabalhava muito. A semana inteirinha, de segunda à sexta feira na roça.
Saía de casa muito cedo, por volta de cinco da manhã, e só voltava à noite.
Aos sábados, tinha o dia inteiro tomado, tinha que lavar toda a roupa de casa, roupas de oito pessoas.
Domingo, era sagrado a missa pela manhã, missa das sete. Depois almoço, fazia o pão da semana. Precisava ter o pão, para levar para o trabalho, tinham que comer bem, do contrário não aguentavam o peso do mesmo.
Eu adorava quando chovia. Só assim ela podia ficar em casa, não ia à roça.
Nesses dias, como não dava nem para lavar roupas, aproveitava para costurar. Aliás remendar as roupas velhas, que se rasgavam no trabalho, mas não eram descartadas, as vezes eram tantos os remendos, que nem se sabia ao certo qual era o tecido original.
Costurava com linha e agulha, nada de máquina de costura.
Eu ficava alí ao seu lado, mexendo nos trapos, me lembro que ela sempre cantava músicas sacras, enquanto costurava.
Me lembro de uma em especial agora: "Eu confio em Nosso Senhor, com fé, esperança e amor...."
Sempre sobrava nesses dias uma boneca de trapo para mim. Mãos habilidosas, faziam as pernas, braços, corpo, cabeça e bordava os olhos e boca.
Enchia de trapo. Nem sempre tinham cabelo.
Mas também isso não tinha importância, tinha uma boneca que iria durar alguns dias.
Tive muitas, nem sei quantas, porque eram só essas que tinha.
Mas é uma linda e gostosa recordação, como tantas outras que tenho. Dela tenho muitas.

6 comentários:

João Videira Santos disse...

Chegar ao passado através do baú das recordações e encontrar nele as lembranças dum tempo distante e feliz...

Elis disse...

Ô Ana...que lindas palavras pra recordar...deu emoção...mae é mesmo mae!

Aninha Pontes disse...

João, obrigada pela visita.
Tens razão. Quando ao retornarmos ao nosso passado, nos deparamos com coisas tão boas, e lembranças felizes, isso nos dá força para continuar, para nos sentirmos fortes.
Um abraço.

Elis querida: é assim mesmo. Você agora como mamãe, sente isso à flor da pele.
Lembrar da mãe, com tantos motivos para seguir em frente, é pensar que a vida vale a pena.
Beijos querida, prá vc e Aninha.

Celia Rodrigues disse...

Aninha, que lindas recordações você tem da sua mãezinha! É tão bom quando sabemos que nossos pais se preocuparam em incutir em nós aquilo que realmente importa: fé genuína, educação, amor ao trabalho e um caráter digno.
Aposto como nenhuma outra boneca é tão linda aos seus olhos como as de pano da sua mãe...
Grande abraço!

Aninha Pontes disse...

Célia, você tem toda razão.
Tudo que minha mãe nos ensinou, tem um enorme valor.
Não se compra, como as bonecas que ela me fazia.
É uma herança preciosa.
Beijos querida

Anônimo disse...

Ana, muito honrado pela citação. Tem gente que pensa que recordar é ser retrógrado, não avançar no tempo. Nada disso. As recordações, sejam elas boas ou ruins são o combustível que nos impulsiona para a frente. Curiosamente quando fala de sua mãe costurando, lembro da minha que também fazia isso. Eu era pequeno, uns cinco/seis anos de idade. Ficava ali por perto esperando que ela, já com as "vistas fracas" me chamasse para colocar a linha "Corrente" na agulha da máquina. Eu ficava orgulhoso de poder ajudá-la ainda que tão pouco.
Ótimo final de semana, Ana, para vocês todos. Beijo.